Saúde de verdade vai muito além dos exames

6 agosto, 2025


Ter exames laboratoriais dentro dos parâmetros considerados normais é, sem dúvida, um bom sinal. Mas isso não significa, necessariamente, que a saúde está plena. É comum associarmos bons resultados a um atestado automático de bem-estar, como se fossem um “selo de aprovação”. No entanto, estar saudável é muito mais do que não ter alterações em laudos ou gráficos — é sentir-se bem, funcional, com energia, equilíbrio emocional e qualidade de vida ✨.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Ou seja, é possível ter exames "normais" e ainda assim conviver com dores crônicas, estresse elevado, distúrbios do sono, cansaço constante, má alimentação ou sedentarismo — fatores que, a longo prazo, podem comprometer profundamente o equilíbrio do organismo ⚖️.

O check-up anual é uma ferramenta importante, especialmente para detecção precoce de doenças silenciosas, como hipertensão e diabetes. Mas ele não substitui os cuidados cotidianos com o corpo e a mente. A saúde se constrói no dia a dia, com escolhas consistentes que, somadas, sustentam o bem-estar ao longo do tempo 📆.

Essas escolhas envolvem práticas simples, mas cientificamente comprovadas como eficazes na promoção da saúde:

🥦 Alimentação equilibrada, rica em alimentos in natura ou minimamente processados, que fornecem nutrientes essenciais e reduzem o risco de doenças crônicas
🏃‍♀️ Atividade física regular, que melhora a saúde cardiovascular, a saúde mental e o metabolismo
😴 Sono de qualidade, que regula hormônios, fortalece a imunidade e é vital para o funcionamento cerebral
🧘 Redução do estresse crônico, que quando desregulado pode causar impactos no sistema imunológico, digestivo e cardiovascular
🚭 Evitar hábitos nocivos, como tabagismo e consumo excessivo de álcool, que são fatores de risco para diversas doenças
🤝 Cultivar relações sociais saudáveis, que influenciam positivamente o humor, a autoestima e até mesmo a longevidade

Hoje, em um mundo acelerado e muitas vezes exaustivo, o verdadeiro autocuidado se torna um gesto de coragem e respeito por si mesmo. Não se trata de algo complicado ou inalcançável — mas de pequenas pausas intencionais para ouvir o corpo, respirar fundo, cuidar da mente, repensar prioridades e se reconectar com o que realmente importa 💛.

Cuidar de si é um processo ativo, feito com afeto e atenção. A saúde verdadeira não se resume a números em uma planilha de exames: ela se revela na disposição ao acordar, na clareza mental, na leveza do humor, na capacidade de lidar com os desafios diários e no prazer de estar vivo 🌞.

A ausência de doença é só o começo. 

📅 Agende sua consulta e dê esse passo com quem cuida de você de forma completa.

 

Não é fraqueza, não é frescura, é depressão

29 julho, 2025



A depressão é uma condição médica real, comum e tratável — e não tem nada a ver com fraqueza, falta de fé ou drama. Assim como cuidamos do coração ou da pressão alta, também precisamos cuidar da saúde mental com seriedade, acolhimento e informação 💛.

O diagnóstico da depressão é feito a partir de uma escuta atenta do profissional de saúde, considerando a presença de sintomas como:

  • 😔 Tristeza persistente, que não melhora com o tempo

  • 😶 Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram significativas

  • 😴 Cansaço constante ou falta de energia, mesmo após descansar

  • 🌙 Alterações no sono (insônia ou excesso de sono)

  • 🍽️ Mudanças no apetite ou peso

  • 😵‍💫 Dificuldade de concentração ou tomada de decisões

  • 😞 Sentimentos de culpa, inutilidade ou baixa autoestima

  • Pensamentos sobre a morte ou desejo de desaparecer

Esses sinais precisam estar presentes por pelo menos duas semanas e trazer prejuízo no dia a dia — no trabalho, nos estudos, nas relações ou no autocuidado.

Muitos ainda acreditam que a depressão é “preguiça” ou “coisa da cabeça”, o que gera estigma e impede que muitas pessoas busquem ajuda. Mas a depressão tem causas reais — biológicas, emocionais e sociais — e pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer fase da vida. O importante é saber que existe tratamento e que pedir ajuda é um passo de força, não de fraqueza 💪.

É comum surgirem dúvidas sobre o uso de antidepressivos. Esses medicamentos são seguros, eficazes e amplamente estudados. Eles ajudam a reequilibrar substâncias do cérebro relacionadas ao humor e, ao contrário do que se pensa, não causam dependência nem mudam a personalidade da pessoa — ajudam, sim, a recuperar o bem-estar e a clareza para viver melhor. O acompanhamento médico é essencial para definir a melhor abordagem, a duração do uso e o momento certo para ajustar ou suspender a medicação.

O tratamento da depressão costuma incluir também psicoterapia, atividade física, sono de qualidade, alimentação equilibrada e apoio social 🧠✨ — um cuidado integral que olha para a pessoa como um todo.

O médico de família está capacitado para reconhecer, acolher e acompanhar os casos de depressão com responsabilidade, vínculo e continuidade. Se você ou alguém próximo tem passado por isso, saiba que procurar ajuda é um passo importante para recuperar qualidade de vida.

 

Seu corpo pediu comida ou foi seu coração?

22 julho, 2025



Você já se pegou comendo mesmo sem estar com fome de verdade? Isso é mais comum do que parece — e entender os diferentes tipos de fome pode ser o primeiro passo para ter uma relação mais equilibrada com a comida.


Fome física x Fome emocional (hedônica)

A fome física é aquela que sentimos quando o corpo realmente precisa de energia. Ela aparece aos poucos, com sinais como estômago roncando, sensação de fraqueza, cansaço ou dificuldade de concentração. Nesse caso, o organismo está pedindo nutrientes, e ao nos alimentarmos de forma adequada, essa fome passa.

Já a fome hedônica, também chamada de fome emocional ou por prazer, é diferente. Ela pode surgir mesmo quando já estamos alimentados, e vem acompanhada daquela vontade específica de comer algo muito gostoso — como um doce, um salgado ou algo crocante. Está diretamente ligada ao prazer que o alimento proporciona e costuma aparecer em momentos de estresse, ansiedade, tédio ou como um hábito em determinadas situações (como "comer vendo TV").

Vivemos em um ambiente chamado obesogênico, cheio de estímulos que incentivam o comer sem fome real: propagandas o tempo todo, delivery fácil, alimentos ultrapalatáveis sempre à mão. E tudo isso pode contribuir para o consumo excessivo e a perda do equilíbrio na nossa relação com a comida.


Alguns padrões alimentares comuns: você se reconhece em algum?

🔸 Beliscador de doces: pequenos pedaços ao longo do dia, muitas vezes usados como um alívio para a ansiedade ou forma de conforto.

🔸 Misto (doces e salgados): a pessoa belisca de tudo um pouco — alternando entre o salgado crocante e o doce cremoso — geralmente sem perceber a quantidade e sem estar com fome real.

🔸 Hiperfágico / volumétrico: consumo de grandes volumes de comida, rapidamente, até sentir-se muito cheio, mesmo sem atenção plena ao que se está comendo.

🔸 Desorganizado: alimentação sem horários, com pulos de refeições e compensações desbalanceadas ao longo do dia.

🔸 Compulsivo: episódios marcados por uma perda de controle, com ingestão rápida e exagerada de comida, seguidos de sentimentos como culpa ou vergonha.

⚠️ Atenção: esse padrão pode estar associado ao transtorno de compulsão alimentar, uma condição que merece acolhimento e acompanhamento especializado. 


E o que fazer com tudo isso?

Reconhecer seu padrão alimentar e entender os gatilhos da fome emocional é o primeiro passo. Comer não é só nutrir o corpo — envolve afeto, memórias, emoções, rotina e até tentativas de se acalmar em momentos difíceis.

Com gentileza, é possível aprender a diferenciar a fome real da vontade de comer por prazer ou emoção. Estratégias de autocuidado, mudança de hábitos e apoio emocional são fundamentais nesse processo.

O acompanhamento com uma equipe multiprofissional — composta por médico, nutricionista e psicólogo — pode fazer toda a diferença.


Se quiser dar o primeiro passo nessa jornada de cuidado, agende uma consulta. Estou aqui para te acolher e ajudar. 💛

 

Não quero engravidar... posso tomar a mesma pílula da minha amiga?

8 julho, 2025

Essa dúvida é super comum — e faz sentido! Afinal, se a pílula funcionou bem para alguém próximo, por que não daria certo para você também? 🤔

Mas a verdade é que nem toda pílula anticoncepcional é igual, e o que serve para uma pessoa pode não ser a melhor escolha para você. A escolha do anticoncepcional ideal depende do seu corpo e do seu momento de vida atual.

Existem dois grandes grupos de pílulas:
As combinadas, que contêm dois hormônios (estrogênio e progestagênio), e as progestagênicas, que contêm apenas progestagênio.

As pílulas combinadas são as mais comuns, mas dentro desse grupo há muitas variações. Por exemplo:

  • A quantidade de estrogênio pode influenciar nos efeitos e nos riscos. Doses mais baixas ajudam a reduzir o risco de trombose, mas podem causar sangramentos fora de hora.

  • Algumas fórmulas usam estradiol natural, que tende a ter um impacto mais leve no metabolismo.

  • E o tipo de progestagênio também faz diferença: certas versões ajudam a controlar acne, reduzir pelos ou até aliviar retenção de líquidos.

Além disso, o formato da cartela também muda. As monofásicas são mais simples: todas as pílulas do ciclo têm a mesma dose de hormônio e geralmente são bem toleradas, inclusive se você quiser emendar cartelas para evitar a menstruação. Já as multifásicas (bi ou trifásicas) tentam imitar o ciclo natural, com doses hormonais que variam ao longo dos dias.

As pílulas que contêm só progestagênio são indicadas em situações específicas, como durante a amamentação ou quando existe maior risco cardiovascular ou de trombose.

💡 Enfim: existem muitas possibilidades — e cada corpo reage de forma diferente. Por isso, é fundamental individualizar a escolha.


😬 Já tomo anticoncepcional oral, e se eu esquecer de tomar?

Calma, isso acontece! A recomendação geral é:
👉 Tome o comprimido assim que lembrar.
👉 E use camisinha (interna ou externa) nos próximos 7 dias para garantir proteção.

Mas atenção: cada tipo de pílula pode ter uma recomendação específica na bula, então vale a pena conferir.
E se o esquecimento for frequente, talvez seja a hora de considerar outros métodos que se adaptem melhor à sua rotina.




Tem dúvidas? Quer conversar sobre o melhor método para você? Agende uma consulta com um médico de família!

 

Comece devagar, mas comece. Cada passo conta quando o destino é sua saúde

2 julho, 2025


Cuidar do corpo é também cuidar da mente e da saúde como um todo. A atividade física regular é uma das ferramentas mais potentes para promover saúde, prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida. E o melhor: não é preciso ser atleta ou frequentar academia — o importante é se movimentar de forma constante e encontrar algo que combine com você.

O sedentarismo, ou seja, a falta de atividade física, está diretamente ligado ao aumento do risco de várias doenças, como diabetes, doenças do coração, pressão alta, obesidade, depressão, ansiedade e até alguns tipos de câncer. Além disso, ficar muito tempo parado pode acelerar o envelhecimento e afetar a nossa autonomia e bem-estar com o passar do tempo. Por isso, um dos passos mais importantes é reduzir o tempo que passamos sentados. Levantar e se movimentar um pouco a cada 30 minutos já faz uma grande diferença para a saúde. É uma atitude simples, mas com muito impacto.

De forma geral, recomenda-se que os adultos façam de 150 a 300 minutos por semana de atividades que aumentem a frequência cardíaca e façam suar um pouco, como caminhada rápida, andar de bicicleta ou dançar. Se a atividade for mais intensa, como correr ou nadar em ritmo acelerado, o tempo pode ser um pouco menor: entre 75 a 150 minutos na semana. Além disso, é importante incluir atividades que fortaleçam os músculos — como exercícios com o peso do corpo, elásticos ou pesos leves — pelo menos duas vezes por semana.

Algumas pessoas, como quem tem diabetes, precisam ter atenção especial. Nesses casos, o ideal é fazer exercícios aeróbicos (como caminhada ou bicicleta) em pelo menos três dias diferentes na semana, sem ficar mais de dois dias seguidos parado. Também é indicado fazer duas a três sessões de exercícios de força em dias alternados. Já para os idosos, além dessas recomendações, é importante incluir atividades que trabalhem o equilíbrio e a flexibilidade, como alongamentos e exercícios de postura, duas a três vezes por semana, para ajudar a evitar quedas e manter a autonomia no dia a dia.

O mais importante é começar. Procure uma atividade que você goste e que combine com a sua rotina. Vá no seu ritmo, respeitando o seu corpo e a sua história. Não é preciso agendar uma consulta médica para começar a se movimentar, mas manter um acompanhamento regular com seu médico de confiança é fundamental. O médico de família pode ajudar a planejar uma rotina segura, com escuta, orientação e cuidado — além de solicitar os exames necessários para acompanhar sua saúde ao longo do processo.

Agende uma consulta e venha conversar. Que tal dar o primeiro passo hoje?


 

Ansiedade: Quando Se Preocupar Vira Sofrimento

24 junho, 2025

Sentir ansiedade é algo natural da vida. Todos nós, em algum momento, já experimentamos aquele frio na barriga antes de uma prova, a tensão ao esperar um resultado importante ou o nervosismo antes de falar em público. Essa é a ansiedade normal — uma reação transitória e proporcional a uma situação de estresse. Ela tem um papel importante na nossa adaptação e sobrevivência, pois nos mantém alertas, preparados para agir e resolver problemas. E, o mais importante: essa ansiedade passa quando o desafio termina.

Por outro lado, quando a ansiedade se torna constante, intensa e difícil de controlar, ela pode deixar de ser um mecanismo saudável e se transformar em algo que causa sofrimento e interfere na vida cotidiana. O transtorno de ansiedade costuma durar semanas ou até meses, e muitas vezes surge sem um motivo claro. Ele é desproporcional à realidade e pode afetar o trabalho, os estudos, os relacionamentos e até a saúde física.

Alguns sintomas frequentes incluem:

  • 🤯 Preocupação excessiva e persistente, mesmo com situações simples do dia a dia

  • ❤️‍🔥 Coração acelerado, respiração ofegante, tensão muscular e suor excessivo

  • 😵‍💫 Dificuldade para relaxar, dormir ou se concentrar

  • 🚪 Evitar lugares ou situações por medo de sentir-se mal

  • ⚠️ Sensação constante de que "algo ruim vai acontecer", mesmo sem motivo

Um fator que tem contribuído cada vez mais para o aumento dos quadros de ansiedade é o uso excessivo das redes sociais. A comparação constante com a vida dos outros, o excesso de informações, as cobranças de desempenho e aparência e a sensação de estar sempre “atrasado” ou “insuficiente” podem alimentar pensamentos ansiosos e afetar a saúde emocional. Por isso, é importante refletir sobre o uso racional e equilibrado dessas ferramentas — com pausas, limites e escolhas conscientes sobre o que se consome e compartilha.

Quando a ansiedade começa a atrapalhar sua rotina, causar sofrimento constante ou limitar a sua vida, é hora de procurar ajuda.

A boa notícia é que existem tratamentos eficazes. O acompanhamento com um profissional de saúde pode incluir escuta acolhedora, orientações sobre estilo de vida, psicoterapia e, em alguns casos, o uso de medicamentos. E lembre-se: não é preciso esperar “piorar” para buscar cuidado. O médico de família está preparado para acompanhar e tratar os transtornos de ansiedade com atenção, empatia e continuidade. 

 

Obesidade: muito além do peso na balança

17 junho, 2025


A obesidade é uma condição de saúde complexa e merece ser avaliada com cuidado e respeito. Por muito tempo, usamos o Índice de Massa Corporal (IMC) como principal forma de classificar a obesidade. O IMC é fácil de calcular, mas tem limitações importantes: ele não diferencia músculos de gordura, nem mostra onde a gordura está localizada no corpo — fatores essenciais para entender os riscos reais à saúde.

Hoje, sabemos que olhar apenas o peso não basta. Por isso, novas propostas têm sido desenvolvidas para avaliar melhor a saúde das pessoas com obesidade. Uma nova proposta entende a obesidade como algo que vai além dos números da balança — ela considera quanto de gordura a pessoa tem, onde essa gordura se acumula e se já existem complicações associadas, como diabetes, hipertensão ou alterações nos exames.

Para uma melhor avaliação, podemos usar exames como a bioimpedância, que analisa a composição corporal. Esse exame é importante porque: Mostra a proporção de massa muscular e gordura corporal, ajudando a identificar situações que o IMC isoladamente não revela. Além de permitir acompanhar o progresso do tratamento de forma mais precisa, diferenciando se a perda de peso ocorreu com redução de gordura (o ideal) ou de massa muscular (o que devemos evitar).

Em resumo, a forma como enxergamos a obesidade está mudando — com mais ciência, empatia e precisão. A obesidade é uma doença crônica, com múltiplos fatores envolvidos, e existe tratamento para o seu controle. Avaliar o percentual de gordura, a distribuição da adiposidade e os riscos associados nos ajuda a cuidar melhor de cada pessoa, respeitando sua individualidade.

O médico de família pode acompanhar de forma contínua e acolhedora esse processo, ajudando na construção de um plano de cuidado individualizado. No meu consultório, conto com o exame de bioimpedância para realizar a avaliação corporal completa e auxiliar na melhor condução do seu tratamento. Agende a sua consulta

 

Seu Corpo, Suas Regras: Vamos Falar Sobre Anticoncepcionais?

10 junho, 2025


Falar sobre anticoncepção é falar sobre liberdade, cuidado e saúde. Existem vários métodos disponíveis, todos com boa eficácia quando utilizados de maneira correta. O mais importante é que essa escolha seja feita com segurança, junto ao seu médico de confiança, com acolhimento e, acima de tudo, respeito.

Sabemos que ainda existem muitas informações equivocadas que acabam gerando medo, especialmente em relação aos métodos com hormônio em sua composição. Por isso, é fundamental lembrar que apesar da escolha do método ser essencialmente da mulher, o papel do médico é ouvir com atenção, explicar com clareza o modo de uso e orientar as contraindicações de cada caso.

Antes de iniciar qualquer método, é essencial ter uma certeza razoável de que não há gestação em curso. Isso pode ser feito com critérios clínicos, e, quando necessário, com exames complementares. Esse passo é indispensável para garantir uma escolha segura e adequada.

Entre os métodos disponíveis, os mais seguros e duradouros são os chamados LARCs (Long-Acting Reversible Contraceptives – contraceptivos reversíveis de longa duração). São excelentes opções para quem busca mais autonomia e praticidade no cuidado com a saúde reprodutiva. Entre eles, estão:

  • DIU de cobre – livre de hormônios, pode durar até 10 anos.

  • DIU hormonal (Mirena® e Kyleena®) – libera hormônio localmente, com duração de até 8 anos.

  • Implante subdérmico (Implanon®) – bastão pequeno inserido sob a pele do braço, com hormônio, dura até 3 anos.

Todos esses métodos podem ser interrompidos a qualquer momento, caso a mulher deseje engravidar ou optar por outro método contraceptivo.

Lembre-se: o médico de família pode te ajudar a encontrar o método ideal para você, com escuta, respeito e cuidado. Agende uma consulta e venha conversar. Você merece fazer essa escolha com liberdade e segurança.

 

Vacinação contra a gripe: um gesto de cuidado com você e com todos ao seu redor

3 junho, 2025

 

A gripe é mais do que um simples incômodo — trata-se de uma infecção respiratória que pode trazer complicações graves, especialmente para os idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com condições crônicas de saúde. A boa notícia é que temos uma forma segura e eficaz de nos proteger: a vacina.

A campanha de vacinação contra a gripe de 2025 teve início em 28 de março, priorizando os grupos mais vulneráveis. Até meados de maio, mais de 1 milhão de doses já haviam sido aplicadas na cidade de São Paulo, o que representa apenas 25% da cobertura entre os públicos-alvo. Ainda há muito a avançar — e cada braço vacinado faz diferença.

A proteção oferecida pela vacina contra a gripe dura de 6 a 12 meses, sendo por isso recomendada anualmente. A vacina distribuída gratuitamente pelo SUS é a trivalente, que protege contra três cepas do vírus influenza: duas do tipo A (H1N1 e H3N2) e uma do tipo B (linhagem Victoria). Já na rede particular, está disponível a vacina quadrivalente, que acrescenta uma segunda cepa do tipo B (linhagem Yamagata), ampliando ainda mais a proteção. Ambas são eficazes, seguras e ajudam a evitar casos graves e internações.

Vacinar-se é um gesto de cuidado — consigo mesmo e com os outros. Ao se imunizar, você não apenas se protege, mas também ajuda a cuidar de quem mais precisa: os pequenos, os mais velhos, os que enfrentam a vida com a saúde mais frágil.

Para mais informações sobre locais e horários de vacinação, acesse o site da Prefeitura de São Paulo.


 

Quando o Exame é o Problema: Repensando o Cuidado

27 maio, 2025

Na semana passada, li a coluna do Dr. Drauzio Varella na Folha de S.Paulo, intitulada "Os problemas do excesso de exames", e senti como suas palavras tocaram em algo profundo e necessário no exercício da medicina. Em um trecho, ele escreve:

Exames em excesso têm levado à detecção de anormalidades insignificantes, que não incomodariam ninguém ao longo da vida, mas que, uma vez descobertas, induzem a tratamentos potencialmente perigosos.”

Essa frase, apesar de curta, diz muito. Ela nos alerta para o risco real da iatrogenia, que é o dano causado por intervenções médicas desnecessárias — um tema que ainda precisa ser mais debatido, inclusive entre nós, profissionais da saúde.

É nesse contexto que a prevenção quaternária se torna tão relevante. Essa abordagem nos convida a reconhecer que, muitas vezes, o cuidado verdadeiro está em não fazer, em evitar exames e tratamentos que não trazem benefício real e podem gerar mais sofrimento do que alívio. Prevenir o excesso é, também, uma forma ética de proteger.

Como médica de família e comunidade, vejo diariamente os efeitos colaterais de um sistema que estimula mais exames do que escuta. A prevenção quaternária não é sobre omissão; é sobre respeito ao tempo, à história e à singularidade de cada pessoa. Às vezes, o melhor que podemos oferecer é presença, escuta e uma orientação serena diante da dúvida.

A coluna do Dr. Varella nos convida a pensar numa medicina mais humana e responsável. Uma medicina que entenda que o cuidado também está no limite — no que escolhemos não fazer. E isso, quando bem feito, é profundamente terapêutico.

Para quem ainda não leu, recomendo a leitura completa: Os problemas do excesso de exames.


 

Seu médico de confiança tem nome: Medicina de Família

20 maio, 2025



Sabe aquele médico que conhece você pelo nome, entende o contexto da sua vida, pergunta da sua mãe, do seu filho e até do seu cachorro? Esse é o médico de família.

A Medicina de Família e Comunidade (MFC) é uma especialidade médica que cuida de pessoas em todas as fases da vida, com foco no acompanhamento integral e contínuo. O médico de família não trata uma dor ou uma doença, mas olha para a pessoa como um todocorpo, mente, relações e território.

É como ter um ponto de apoio na saúde para o que der e vier, com acolhimento, vínculo e olhar clínico apurado.


Campos de atuação do médico de família:

  • 🏥 Atenção integral à saúde: do acompanhamento de doenças crônicas como diabetes e hipertensão ao cuidado em situações agudas

  • 👶 Saúde da criança e da mulher: incluindo pré-natal, puericultura, planejamento familiar e prevenção de agravos

  • 👴 Atenção ao idoso: com foco em autonomia, funcionalidade e qualidade de vida

  • 🧠 Saúde mental: escuta qualificada, apoio terapêutico e manejo de situações como ansiedade, depressão e sofrimento psíquico

  • 💉 Promoção da saúde e prevenção de doenças: vacinas, exames de rastreamento, orientação sobre hábitos de vida e prevenção de fatores de risco

  • 🏡 Atendimento domiciliarporque cuidado de verdade também acontece fora do consultório quando sair de casa não é tão simples

  • 🤝 Coordenação do cuidado: articulação com outras especialidades e níveis de atenção, organizando o cuidado do paciente

  • 🌍 Atuação comunitária: diagnóstico do território, escuta coletiva e ações de educação em saúde

  • 🧑‍⚕️ Gestão de serviços de saúde: desde a organização de equipes até a qualificação de processos em unidades de atenção primária