Seu corpo pediu comida ou foi seu coração?
Você já se pegou comendo mesmo sem estar com fome de verdade? Isso é mais comum do que parece — e entender os diferentes tipos de fome pode ser o primeiro passo para ter uma relação mais equilibrada com a comida.
Fome física x Fome emocional (hedônica)
A fome física é aquela que sentimos quando o corpo realmente precisa de energia. Ela aparece aos poucos, com sinais como estômago roncando, sensação de fraqueza, cansaço ou dificuldade de concentração. Nesse caso, o organismo está pedindo nutrientes, e ao nos alimentarmos de forma adequada, essa fome passa.
Já a fome hedônica, também chamada de fome emocional ou por prazer, é diferente. Ela pode surgir mesmo quando já estamos alimentados, e vem acompanhada daquela vontade específica de comer algo muito gostoso — como um doce, um salgado ou algo crocante. Está diretamente ligada ao prazer que o alimento proporciona e costuma aparecer em momentos de estresse, ansiedade, tédio ou como um hábito em determinadas situações (como "comer vendo TV").
Vivemos em um ambiente chamado obesogênico, cheio de estímulos que incentivam o comer sem fome real: propagandas o tempo todo, delivery fácil, alimentos ultrapalatáveis sempre à mão. E tudo isso pode contribuir para o consumo excessivo e a perda do equilíbrio na nossa relação com a comida.
Alguns padrões alimentares comuns: você se reconhece em algum?
🔸 Beliscador de doces: pequenos pedaços ao longo do dia, muitas vezes usados como um alívio para a ansiedade ou forma de conforto.
🔸 Misto (doces e salgados): a pessoa belisca de tudo um pouco — alternando entre o salgado crocante e o doce cremoso — geralmente sem perceber a quantidade e sem estar com fome real.
🔸 Hiperfágico / volumétrico: consumo de grandes volumes de comida, rapidamente, até sentir-se muito cheio, mesmo sem atenção plena ao que se está comendo.
🔸 Desorganizado: alimentação sem horários, com pulos de refeições e compensações desbalanceadas ao longo do dia.
🔸 Compulsivo: episódios marcados por uma perda de controle, com ingestão rápida e exagerada de comida, seguidos de sentimentos como culpa ou vergonha.
⚠️ Atenção: esse padrão pode estar associado ao transtorno de compulsão alimentar, uma condição que merece acolhimento e acompanhamento especializado.
E o que fazer com tudo isso?
Reconhecer seu padrão alimentar e entender os gatilhos da fome emocional é o primeiro passo. Comer não é só nutrir o corpo — envolve afeto, memórias, emoções, rotina e até tentativas de se acalmar em momentos difíceis.
Com gentileza, é possível aprender a diferenciar a fome real da vontade de comer por prazer ou emoção. Estratégias de autocuidado, mudança de hábitos e apoio emocional são fundamentais nesse processo.
O acompanhamento com uma equipe multiprofissional — composta por médico, nutricionista e psicólogo — pode fazer toda a diferença.
Se quiser dar o primeiro passo nessa jornada de cuidado, agende uma consulta. Estou aqui para te acolher e ajudar. 💛